Ricardo Gomes e a estreia mundial do Tesla P100D EGT: “É um admirável mundo novo que ainda estamos a descobrir”

A Rampa Porca de Murça marcou a estreia do primeiro GT de competição totalmente elétrico do mundo, o Tesla P100D EGT pilotado por Ricardo Gomes. Piloto bracarense revela como foi o processo de adaptação ao inovador carro do Team Acrescentar, num fim de semana triste para toda a ‘família’ do Campeonato de Portugal de Montanha. 
 
Ricardo Gomes já sabia que o caráter pioneiro e profundamente inovador do seu projeto desportivo para 2020 iria envolver um processo de descoberta e aprendizagem. E foi isso mesmo que aconteceu durante a primeira prova oficial do Tesla P100D Electric GT, na Rampa Porca de Murça, prova inaugural do Campeonato de Portugal de Montanha. Um fim de semana que ficou marcado pelo infeliz acidente de um concorrente da rampa transmontana, que vitimou dois espectadores. 
 
“Em primeiro lugar, quero deixar as minhas sentidas condolências às famílias das vítimas do trágico acidente que ocorreu na Rampa Porca de Murça e desejar uma rápida recuperação aos feridos. É um momento particularmente difícil para toda a ‘família’ da Montanha e também gostaria de enviar um abraço muito sentido para o Luís Silva””, começou por referir Ricardo Gomes. 
 
“Desportivamente, o nosso fim de semana foi bastante exigente porque foi a primeira experiência absoluta do Tesla numa rampa, que tem características necessariamente diferentes de um circuito, onde o carro foi desenvolvido. Logo após a primeira curva da primeira subida de treinos percebemos que o carro estava a ativar o ESP (sistema eletrónico de controlo de estabilidade), o que retirava potência ao motor sempre que virávamos o volante. A CDS Engineering fez todos os esforços para tentar desativar estes sistemas eletrónicos através do software do carro, mas não foi possível encontrarmos uma solução em tempo útil que permitisse resolver a questão. Teremos certamente esse software para a próxima prova, mas esse problema afetou-nos ao longo de todo o fim de semana e nunca tivemos o carro com a sua plena performance. Apesar de tudo, já consegui perceber que esta fórmula técnica pode ser bastante competitiva em rampas, desde que o piloto adapte o seu estilo de condução às características do carro, principalmente na travagem e inserção em curva. Toda a gente sabe o potencial que as viaturas elétricas têm ao nível da aceleração e na disponibilização de binário, por isso o segredo é encontrar um estilo que maximize essa vantagem em traçados como este”, analisou o piloto bracarense, que após duas subidas oficiais ficou muito perto dos 30 primeiros da classificação absoluta. 
 
O interesse gerado pelo Tesla do Team Acrescentar também não passou despercebido a ninguém, com Ricardo Gomes a confirmar que “chegou a ser impressionante o número de pessoas à volta do carro, algumas delas até me disseram que vieram de longe só para verem o Tesla. A esse nível tenho a certeza que o nosso projeto vai continuar a ser seguido com muita atenção. Só temos que continuar a adaptação do carro a este novo desafio das provas de Montanha. No fundo, é um admirável mundo novo que ainda estamos a descobrir”, concluiu Ricardo Gomes. 
 
A segunda prova de Ricardo Gomes e do Team Acrescentar será a Rampa PêQuêPê – Arrábida, nos dias 21 e 22 de março.