João Pinheiro em tempos de isolamento social

Nesta altura em que as corridas foram adiadas devido ao Covid-19, aproveitamos para conversar com o mais jovem piloto do Campeonato de Kartcross.

João Pinheiro, jovem piloto, de apenas 16 anos, natural de Castelo Branco teve em Sever do Vouga a sua primeira “prova de fogo”. “A estreia não correu mal, antes pelo contrário, ficar a um lugar da final foi bastante bom, nem nós esperávamos um resultado tão bom como este. Tínhamos de que nunca ter andado com outros carros em pista. Por isso arrancamos sempre com mais precaução, era necessário perceber onde era a travagem para a primeira curva. Outro problema era a ‘molhada’ inicial”, começou por dizer o jovem piloto.  “Notei logo diferenças, como por exemplo a diferença no campo de visão, devido à terra que os outros carros lançavam, era preciso gerir também o ‘roll-off’. Depois as saídas da Joker Lap, quando eram feitas lado a lado e as tentativas de ultrapassagens, em que me tinha de defender. Era tudo muito diferente dos treinos que fiz sozinho”, continuou João Pinheiro.

Numa conversa descontraída, João mudou de assunto para falar do seu Pai, José Carlos Pinheiro, que pela primeira vez sofreu de fora enquanto o filho conduzia em pista o seu kartcross. “Pelo que me disseram e pelo que ele me contou foi de um grande nervosismo, durante a corrida, e uma grande descarga de adrenalina, no final. O que por um lado é bastante compreensível pelo facto de ele já ter corrido e de saber a ‘agressividade’ desta modalidade. De fora é totalmente diferente de estar a correr, cá fora não dá para ter a noção da tal ‘agressividade’ das corridas”, referiu o rookie.

“Nesta altura de isolamento, para além de estudar e fazer os trabalhos enviados pela escola. Tenho revisto os ‘on-boards’ das corridas com o intuito de ver onde posso melhorar para estar mais apto e preparado nas próximas. Faço exercício físico com o mesmo intuito, o de estar mais preparado para as próximas corridas. Muitas pessoas não têm noção do esforço físico desta modalidade. É muito exigente, visto que estes carros não têm direção assistida. Mais uma vez digo que ao estar a correr fiquei com muitas noções que ao ver de fora não tinha e também em certas situações não dá para ter. Tenho também aproveitado para jogar videojogos de simulação, na playstation, uma vez que não posso ir treinar a uma pista”. Explicou Pinheiro, quando indagado sobre o atual isolamento social.

“Por fim queria deixar aqui um agradecimento a toda a estrutura da equipa, que mesmo com esta troca de piloto, continuam connosco e que continuam a dar apoio em tudo o que for preciso, especialmente em me darem dicas para evoluir”. Acrescentando, “agradeço a todos os que me incentivaram nesta primeira corrida e gostaria de apelar a todos para se manterem seguros, só assim estaremos todos juntos na próxima prova”.