Iberian Historic Endurance: Derradeira prova do ano com os clássicos 250 km do Estoril

Logo pela manhã os pilotos do Iberian Historic Endurance foram autorizados pelos comissários do Motor Clube do Estoril para iniciarem a sua última sessão de qualificação de 2021. Com um traçado molhado, devido às chuvas que atingiram o Autódromo do Estoril na noite anterior, os pilotos saíram nas suas belíssimas joias com o objetivo de estabelecer a volta mais rápida possível.
Volta após volta e com o sol a rasgar a pela Serra de Sintra, o asfalto do traçado de Cascais começou a secar e os tempos dos pilotos a baixar.
 
Lars Rolner e Patrick Simon, Pedro Bastos Rezende, João Macedo Silva e Markus Palttala passaram pela liderança da classificação. O piloto alemão Rolner foi quem mais rápido se adaptou às condições traiçoeiras da pista húmida estabelecendo o tempo de referência para os seus demais adversários. Bastos Rezende depressa conseguiu perceber onde o alemão, num carro idêntico ao seu, ganhava tempo e saltou para a liderança. No entanto, o piloto do Porto João Macedo Silva utilizou toda a sua experiência ao volante dos carros alemães e estabeleceu um tempo realmente balístico que perdurou grande parte da sessão de qualificação.  O piloto finlandês Markus Palttala, habituado ao WEC e ao Blancpain Series, combinou a trajetória ideal curva após curva com a sua mestria ao volante do Porsche 911 3.0 RS para trepar para o topo da tabela para nunca mais largar. Com isto Palttala consegue a sua primeira Pole Position no Iberian Historic Endurance encabeçando a Largada de Le Mans da corrida de 2h que mais tarde se realizava. Macedo Silva terminaria a sessão no Porsche 911 2.8 RSR de Mário Meireles no segundo posto com Bastos Rezende a completar o trio da liderança da classificação geral e da categoria H-1976.
 
Nos Gentleman Driver Spirit, Mark Martin e Michael Gans retomaram o excelente ritmo que demonstraram na prova anterior em Jerez. A dupla do Ford Cortina Lotus numa volta em 2:00,426 garantiu a Pole Position da categoria. José Carvalhosa num Porsche 911 SWB carimbou o segundo melhor tempo, o piloto e preparador português partilha o carro com o francês Michel Mora. A completar o top 3 da categoria, a dupla familiar de pai e filho Piero e Guilherme dal Maso num Porsche 911 SWB.
 
Em H-1965, Diogo Matos e Carlos Barbot no Lotus Elan da Oporto Racing assinaram a volta mais rápida, seguidos de Carlos Cruz e Miguel Pais do Amaral num Jaguar E-Type e Robert Frowein noutro E-type. O piloto alemão ficou a apenas 4 décimas da dupla portuguesa. Deixando o público presente nos 250km do Estoril à espera de uma excelente batalha pelo lugar intermédio do pódio da categoria para carros com homologação até 1965.
 
Miguel Ferreira / Francisco Carvalho levaram o Ford Escort RS1600 aestabelecer o ritmo da categoria. Jesus Fúster, Antonio Gutiérrez e Alfredo Ochagavias no Porsche 2.5 ST seguiu a dupla portuguesa ficando com o segundo tempo na categoria com a dupla portuguesa Ricardo Bravo/ António Espirito Santo num elegante Alfa Romeo GTAm completaram os três primeiros classificados da categoria H-1971.
 
Em H-GTP & Sportscars, os dinamarqueses Palle Pedersen e Ramus Lokvig levaram o seu Ginetta G4R até à liderança da categoria, seguidos pela dupla do Lotus Seven de João Mira Gomes e Nuno Afoito. Paulo Rompante completou o pódio da classificação da categoria com o seu Alfa Romeo Ti Super.
 
Qualificações feitas e as joias que compõem esta competição ibérica afinadas ao pormenor chega a hora da derradeira corrida de 2021.
Com uma partida simbólica ao estilo Le Mans que nos remete aos anos 60, com os carros de corrida alinhados em espinha junto ao muro das boxes e os 40 bravos pilotos fora dos mesmos no lado ao oposto da reta da meta frente às suas respectivas máquinas à espera do cair da bandeira dado pelo diretor de corrida.
 
Pedro Lima, diretor de corrida, fez cair a bandeira do Motor Clube do Estoril e os 40 pilotos correram em direção às suas jóias. Os motores fizeram-se ecoar pelo Autódromo do Estoril e a partida simbólica estava completa, os 40 carros completaram essa volta e alinham conforme a ordem estabelecida na qualificação.
Markus Palttala e Mário Meireles compunham a cabeceira do extenso pelotão do Iberian Historic Endurance e assim que as luzes do semáforo se apagaram a corrida de 2h que marcam o final da época começou.
 
Lars Rolner, num Porsche 911 3.0 RS teve uma reação ao cair do semáforo brilhante e na travagem para a primeira curva já se tinha adiantado a Mário Meireles, Bastos Rezende e a Thibault Pierre. Palttala aproveitava assim para escapar do restante pelotão e construir uma vantagem que permitisse ao piloto profissional finlandês, gerir, pois, a corrida ainda seguia no princípio. Atrás deste a luta pelo segundo lugar seguia ao rubro com Lars Rolner, Jakob V. Holstein, Miguel Ferreira, Miguel Vaz e Carlos Barbot na perseguição pelo lugar intermédio do pódio.
 
Quando abriu a primeira janela de paragens obrigatória, a liderança da prova passou de Palttala, que parava para entregar o volante do Porsche 911 3.0 RS ao seu companheiro de equipa Paul Daniels, para Lars Rolner que decidiu estender o seu turno de condução. Estratégia que se mostrou acertada pois quando Rolner entrega o Porsche a Pattrick Simon, este sai isolado na frente. Paul Daniels quando recebeu o carro do piloto finlandês começou a sentir alguns problemas mecânicos que impossibilitaram a dupla assistida pela JWA Engeneering de continuar a lutar pela vitória. O Porsche da JWA Eng. foi volta após volta perdendo posições até que pouco tempo antes da última janela de paragens foi obrigado a abandonar a prova.

Quem se destacou na segunda posição foram Annette Rolner/Thibault Pierre, Carlos Barbot e Diogo Matos, Jakob V.Holstein e José Monroy, Luís Sousa Ribeiro e Ricardo Pereira que aproveitaram para subir mais um lugar na classificação. Com os pilotos a encontrarem o seu ritmo de corrida a classificação não sofreu alterações.
 
No Iberian Historic Endurance as classificações das categorias é que interessam e quando o relógio marcou 0 minutos restantes e a bandeira de xadrez caiu, era Rolner / Simon que conquistavam a categoria H-1976 seguidos de Rolner/Pierre, ambas as duplas munidas de Porsche 911 3.0 RS, e no terceiro posto a completar o pódio Holstein e Monroy no belíssimo Ferrari 365GTB/4 Daytona.
 
Na Gentleman Driver Spirit, Mark Martin e Michael Gans num Ford Cortina Lotus triunfaram na categoria na frente da dupla pai e filho do Porsche 911 SWB de Piero e Guilherme dal Maso, Pedro Moriyon e José Carvalhosa completaram o pódio num carro idêntico aos segundos classificados.
 
Em H-1965, Barbot /Matos repetiram o triunfo do ano transato, vencendo a já mítica prova dos 250 km do Estoril num Lotus Elan 26R. A dupla portuguesa trifara sobre Robert Frowein no seu raro Porsche 904/6 e Per-Ake Forsvall também num Lotus Elan 26R que estreava no Estoril.
 
Nos H-1971, Ribeiro/Pereira com uma corrida com um misto de velocidade e estratégia, vencia a categoria num BMW 2800CS com Gutiérrez/Fuster/Ochagavias no seu habitual Porsche 911 2.5 ST a subirem ao lugar intermédio do pódio e Santos/Bravo a finalizarem os três primeiros classificados.
 
Em H-GTP & Sportscars, a vitória foi para João Mira Gomes e Nuno Afoito no seu ágil Lotus Seven. Os portugueses foram seguidos por Paulo Rompante no seu Alfa Romeo Ti Super com Palle Pedersen e Rasmus Lokvig, num pequeno Ginetta G4R a completarem o pódio da categoria.
 
No Index Performance by Cuervo y Sobriños o grande vencedor foi o Porsche 356 de Guillermo Velasco e Francisco Freitas, a dupla saiu do traçado do Estoril com um relógio único feito pela marca Cuervo Y Sobriños. Carlos Barbot e Diogo Matos, num Lotus Elan 26R foram os segundos classificados e o Datsun 510 SSS de Nelson Rego, Alexandre Leal, João Diogo Lopes e Filipe Martins terminaram o pódio daquela que é a mais importante categoria da competição ibérica.
 
Uma menção especial a Miguel Lobo que com o seu Shelby Cobra Daytona fez uma prova de trás para a frente, superando vários contratempos mecânicos no seu carro. O piloto algarvio terminou as duas horas de prova colocando o seu carro inscrito como convidado na 5ª posição da classificação geral apesar de correr na categoria convidado dado a especificações técnicas do carro.
 
Para Diogo Ferrão, responsável pela competição “Assistimos a uma prova de encerramento de época de grande qualidade, hoje aqui no Autódromo do Estoril. Todos os pilotos e equipa estão de parabéns pois não tivemos um único toque o que vai de encontro com o mote desta competição. Eu quando criei o Iberian Historic Endurace queria que fosse uma competição para Gentleman Drivers e as 40 equipas aqui presentes foram isso mesmo.
Termina mais um ano, o melhor de sempre tenho que confessar. Com uma média de 40 equipas por prova, com grandes corridas em termos de qualidade e com excelentes exemplares históricos presentes prova após prova. Ainda não posso adiantar novidades relativamente ao ano de 2022 mas muito em breve lançaremos o nosso calendário para o próximo ano e podem ter a certeza que haverá algumas surpresas. Agora desejo a todos um ótimo descanso e umas festas felizes e para o ano tudo faremos para sermos ainda melhores ainda”