Equipa inclusiva estreia-se nas 24h de Fronteira

Pela primeira vez na história das 24 Horas de TT Vila de Fronteira estará à partida uma equipa inclusiva, mostrando que a paixão pelo desporto automóvel e, em particular, pelo todo terreno, não tem limites.

Telmo Pinão (piloto), João Luz (navegador) e André Venda (navegador) serão os heróis da equipa, que alinhará num Buggy Astra GTC com condução e navegação adaptada às deficiências motoras dos três intervenientes, numa estrutura que integra ainda os pilotos Ludgero Santos, Nuno Neto e Ivo Monteiro.

Mais do que o objetivo de superação pessoal, a participação da equipa, onde três dos seis elementos contam com mobilidade reduzida, tem em vista um fim solidário, que passa pela angariação de fundos para a aquisição de uma “HandBike” para a Associação Portuguesa de Ciclismo Adaptado (APCA).

Telmo Pinão, um dos maiores impulsionadores desta inédita participação inclusiva, vê, de resto, na envolvência da edição deste ano das 24 Horas de TT Vila de Fronteira uma oportunidade para promover o desporto motorizado adaptado e mostrar que todos os sonhos são possíveis de concretizar, independentemente do grau de handicap dos atletas.

Após a conquista do diploma olímpico nos últimos Jogos Paralímpicos de Tóquio na modalidade de paraciclismo, o atleta/piloto regressa à competição automóvel depois de, há 19 anos, ter perdido a perna direita num acidente de Quad, dando, na prova alentejana, aquele que poderá ser também o primeiro passo na preparação da concretização de um sonho sobejamente maior, que seria a participação, no futuro, num Rali Dakar.

Do lado da organização do Automóvel Club de Portugal, estão igualmente criadas as condições necessárias para minimizar os esforços da equipa com mobilidade limitada. O alcatroamento da box ou o fornecimento dos meios adequados para facilitar as operações de troca de pilotos, sempre importantes numa prova de 24 Horas, são apenas dois exemplos que demonstram o empenho organizativo em demonstrar que as já míticas “24 Horas de Fronteira” são uma prova sem “fronteiras” até no que à limitação física dos seus intervenientes diz respeito.