Andreas Mikkelsen vence Azores Rallye

O segundo e derradeiro dia do Azores Rallye, foi palco de luta ao nível do campeonato do mundo, com Andreas Mikkelsen e Dani Sordo a discutirem a vitória quase até à derradeira especial de classificação.

Na manhã de sábado, os dois pilotos começaram a secção separados por 1,6s e terminaram a mesma com uma diferença de 0,5s com vantagem para o espanhol, que entretanto, tinha perdido a liderança momentaneamente para o norueguês.

Nos derradeiros troços e já sem pneus novos, Dani Sordo perdeu 10,9s para Mikkelsen nos dois primeiros troços da derradeira seção, deu tudo por tudo na última passagem por Sete Cidades, mas o espanhol voltou a perder mais 0,5s e deixar a vitória entregue a Andreas Mikkelsen que venceu o Azores Rallye pela segunda vez.

Ricardo Moura que tinha sido o primeiro líder do rally, iniciou o segundo dia a 4,5s de Sordo e a 0,5s de Mikkelsen, mas começou a perder terreno para os dois pilotos WRC por não estar tão confiante como no primeiro dia e pela falta de ritmo competitivo de outras épocas.

Na derradeira especial e quando bastava controlar Efrén Llarena que vinha em sua perseguição, Moura deu um toque no interior de uma curva e capotou devagar, ficando com um dos pneus fora da jante, perdendo o lugar do pódio por apenas 3,2s.

Erik Cais aterrou mal após um salto na descida de Torrão Branco, na especial das Sete Cidades, danificando o radiador e abandonar pela segunda vez consecutiva na temporada e perder a boa quinta posição que ocupava.

Miko Marczyk terminou num bom quinto lugar, num rally que foi muito desafiante para o polaco que acabou por perder o segundo lugar do campeonato para Efrén Llarena, estando ambos separados por sete pontos, mas ainda algo longe dos 136 pontos do líder Mikkelsen.

Empatados na quarta posição do campeonato, Alexey Lukyanuk e Norbert Herczig abandonaram após a primeira especial do dia, com o russo a furar por duas vezes em Coroa da Mata e o húngaro a partir a suspensão traseira do Skoda, numa altura em que já vinha em super rally.

Após a vitória na semana anterior num evento do campeonato italiano, Umberto Scandola não esteve tão bem no primeiro dia, como esteve no segundo. O piloto da Hyundai Itália, foi o quinto piloto mais rápido do dia, vindo a terminar na sexta posição e como melhor resultado da temporada.

Segundo na estrada, Luís Rego teve um dia despreocupado e sem a pressão do campeonato local, divertindo-se no rally e conseguiu a sétima posição a mais de 5 minutos do vencedor, mas também com uma boa vantagem para o mexicano Benito Guerra, participante aciduo nos eventos do WRC, antes da pandemia.

Após o abandono prematuro dos irmãos Rodrigues na primeira especial do rally, Rafael Botelho, o novo líder do campeonato local, aproveitou para fazer mais quilómetros com o Skoda, obtendo um brilhante lugar no top dez.

Javier Pardo voltou a dominar o ERC2 ao volante do Suzuki Swift R4lly S e passou a ser o novo líder do campeonato com um ponto de vantagem para o russo Dmitry Feofanov que se atrasou muito no primeiro dia.

Luis Vilariño acho os troços muito difíceis, mas ao mesmo tempo maravilhado com a beleza da ilha. O piloto espanhol voltou a marcar pontos pela segunda vez na temporada, o mesmo não acontecendo com Aloísio Monteiro que até estava a ter uma boa prestação, mas acabou por dar alguns toques e abandonar quase a meio do dia.

Após um acidente na Free Practice, Victor Cartier conseguiu a segunda posição no ERC2, sendo o melhor resultado do francês na temporada, subindo à quarta posição do campeonato.

Bruno Amaral alcançou um resultado de sonho pessoal, ao terminar na décima terceira posição e como quarto melhor açoriano ao volante do seu Ford Fiesta R5.

Jean-Baptiste Franceschi foi o único resistente do ERC3, após Josep Bassas não ter conseguido regressar em super rally. Para além de liderar o ERC3 Júnior que não contou para o evento, o francês também passou a liderar o ERC3 com oito pontos de vantagem para o espanhol da Racing Factory.

Depois dos muitos problemas no dia anterior, Joan Vinyes foi o melhor do dia na competição ERC2, conseguindo recuperar até à décima quinta posição e obter um ponto no principal campeonato.

Adrian Chwietczuk teve um rally muito acidentado, mas o polaco conseguiu levar o seu Skoda da equipa de um ex-campeão europeu até ao final em super rally.

Igor Widłak também capotou no dia anterior, mas também ele conseguiu levar a única viatura Rally3 presente no rally até ao final.

Não fosse uma simples avaria nas escovas limpa para-brisas no início do primeiro dia, Rachele Somaschini poderia ter tido um resultado de relevo neste duro rally. A italiana regressou no segundo dia e foi a décima segunda mais rápida hoje, batendo vários pilotos com algum conhecimento do rally.

Foram poucos à partida em comparação com outras edições, mas a qualidade foi grande e não faltou competição e muito espetáculo durante os três dias de rally, a contar a prova de qualificação. Como é habitual nos Açores, houve, chuva, nevoeiro, nebulosidade e sol durante o evento que o torna tão característico no campeonato europeu.