Nelson Silva com experiência a repetir nos Açores

Na sua estreia na prova do Campeonato dos Açores disputada na ilha de Santa Maria, respondendo a um convite que lhe foi endereçado, o piloto de Viana do Castelo descobriu uma nova realidade e uma prova que apresentou desafios bem diferentes, que superou de forma positiva.

 

O rali foi uma completa novidade, tanto para Nelson Silva como para José Janela, com a prova insular a ser encarada com o intuito de “ganhar experiência, fazer quilómetros” aos comandos do Mitsubishi Lancer Evo VI, tendo em vista “o Rali de Mesão Frio, e procurar desfrutar ao máximo. Queríamos sobretudo terminar”.

O ‘timming’ não permitiu muito tempo para reconhecimentos e treinos, pelo que no primeiro contacto a sério com a estrada, aconteceu o primeiro percalço. “Na segunda passagem pelo ‘shakedown’ queimou a embraiagem. Ficamos na iminência de abandonarmos antes do rali ter começado”, explica o piloto vianense.

Mas logo aí os Açores e, em especial as gentes da ilha de Santa Maria, provaram ser de uma índole muito diferente, uma vez que quando Nelson Silva quis resolver o seu problema e, na primeira ‘porta a que bateu’, encontrou a solução. “Quero desde já agradecer ao Rui Borges, que rapidamente se prontificou a mandar vir uma embraiagem de São Miguel por avião e a foi buscar ao aeroporto”, conta o piloto minhoto.

“Confesso que quando vi um stand com Mitsubishi lá dentro nem hesitei. Fui logo ver se podia resolver o assunto. E acertei em cheio”, diz Nelson Silva que também elogia a forma calorosa como foi tratado.

Se o primeiro dia de rali tinha começado mal, parecia que iria terminar melhor. Parecia, porque a realidade não foi bem assim, como faz questão de contar Nelson Silva: “Logo na primeira especial demos um toque numas pedras e danificamos duas jantes. Não pudemos continuar. Tivemos que abandonar. Felizmente a equipa técnica da JC Motorsport fez um trabalho magnífico e pudemos voltar no segundo dia em super rally”, embora já com a possibilidade de um resultado de relevo completamente arruinada.

“Foi pena, pois acho que tínhamos condições para conseguirmos um resultado interessante, muito embora o objetivo não fosse esse. Fosse terminar e fazer quilómetros”, analisa o piloto de Viana do Castelo, que graças aos amigos locais teve condições para regressar no segundo dia de prova.

“Mais uma vez, e graças ao esforço de várias pessoas foi possível voltar, fazer quilómetros e terminar, ainda que em 26º lugar, para além do triunfo no grupo. Foi uma experiência única, que nunca sonhei ter. Mas valeu a pena”, considera Nelson Silva.

O piloto ficou cativado pela prova: “Vimos paisagens que nunca vimos nos ralis que fazemos no continente. As pessoas são amáveis e prestáveis, desde a organização que disse que esperava por nós para termos o carro pronto no parque fechado para o segundo dia (não foi preciso), até ao restaurante, que se prontificou a levar-nos comida ao parque de assistência. Verdadeiramente incansáveis. E tudo isto nos deixa com vontade de cá voltarmos”.

A dupla da JPGS/ENI volta já as suas atenções para o próximo rali, com este a ser “a doer”. Envolvidos na luta pelos lugares cimeiros do Campeonato Norte de Ralis e pelo triunfo nos Desafios Kumho Asfalto e Norte, Nelson Silva e Janela querem rodar forte e entre os melhores no Rali Município de Mesão Frio, que se disputa a 28 e 29 do corrente mês de Agosto.